quarta-feira, 23 de março de 2011

HIPOCRISIA IMPERIAL: PRESIDENTE DO IÊMEN AMEAÇA " GUERRA SANGRENTA" E EUA SILENCIAM


O presidente do Iêmen, Ali Abdulá Salé (foto), afirmou nesta terça-feira (22) que o movimento oposicionista conduz o país a uma "situação insegura". Salé chegou a ameaçar os oposicionistas com o desdobramento de uma guerra civil, por causa do que ele chamou de "tentativa de golpe" por parte da oposição

"Aqueles que querem chegar ao poder através de golpes devem saber que isto está fora de questão. O país não estará seguro, haverá uma guerra civil, uma guerra sangrenta", disse, citado pela BBC.

Na última segunda-feira, vários oficiais das forças armadas declararam apoio aos manifestantes contra a ditadura. O general Ali Mohsen al-Ahmar, um dos militares mais importantes do país, ex-aliado do presidente, disse publicamente que passou para o lado dos manifestantes. Dois outros oficiais de alto escalão do Exército teriam renunciado também na segunda-feira.

Prova disso é a morte de dois soldados em confrontos ocorridos entre o Exército e a Guarda Republicana, arma de elite do presidente, travados na cidade de Mukalla, sudeste do país.

O governo de Salé tem enfraquecido a cada dia, por uma série de renúncias, desde que cerca de 50 manifestantes foram mortos a tiros numa manifestação na última sexta-feira.

Mantendo a mesma postura do egípcio Hosni Mubarak, Salé desafia os manifestantes. Uma fonte próxima do presidente disse à BBC que ele não pretende deixar o poder, onde está encastelado há 32 anos, e só admite vagamente a convocação no fim do ano de eleições. Salé desfez todo o seu gabinete no último domingo.

Os Estados Unidos, que não perderam tempo em criticar o regime do líbio Muamar Kadafi, agora não reagem com a mesma virulência. A única manifestação do regime americano foi de sua embaixada em Sanaa, que pediu aos americanos que moram no país a não saírem de casa, desde que Salé anunciou estado de emergência após massacre nos arredores da Universidade da capital que causou 45 mortes e 270 feridos.

Do Vermelho com agências

Pátria Latina

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