domingo, 20 de março de 2011

ALIANÇA IMPERALISTA DE DEZ ESTADOS COMEÇOU ATAQUES AÉREOS CONTRA A LÍBIA



Líbia - Direitos nacionais e imperialismo

Diário Liberdade - Duas horas depois da reunião que abria passagem ao ataque contra o governo líbio, aviões franceses iniciaram o bombardeio de posições líbias, abrindo a ofensiva da OTAN pelo controlo do país norte-africano.

A resolução da ONU aprovada sexta-feira à noite pelo Conselho de Segurança foi seguido de um ataque imediato contra as forças de Kaddafi, enquanto muitos estados árabes e ocidentais situam forças navais e aéreas a disposição das operações imperialistas.

Não só os aviões franceses bombardearam território líbio, também as tropas ianques terão lançado já seus primeiros mísseis Tomahawks contra objetivos não identificados, segundo informações de emissoras ao serviço do Pentágono, como NBC e CNN.

Até agora, EUA, Reino Unido, França, Espanha, Bélgica, Dinamarca, Itália, Malta, Qatar e um outro país árabe ainda não identificado, supostamente os Emirados Árabes Unidos, participam na logística da ação militar contra as tropas do coronel Kaddafi, que já começou contra ataques supostamente dirigidos às posições dos tanques governamentais que tentavam chegar à principal cidade em maos das milícias opositoras ao governo.

O anúncio de coronel Muamar Kaddafi decretando um cessar-fogo não impediu o ataque dos aviões de combate franceses contra as tropas governamentais líbias, enquanto o chefe do Estado desse país anunciava que os estados atacantes "vão lamentar a sua intromissão em assuntos internos líbios". Não parece ter sido por acaso que a resolução e o ataque chegam quando a queda de Bengasi, último reduto da oposição, era iminente. O imperialismo intervém evitando que o ex-aliado e novo inimigo, Muamar Kaddafi, possa retomar o controlo da situação em todo o país.

A resolução do Conselho de Segurança da ONU, que contou com abstenções significativas (Alemanha, Índia, China, Rússia e Brasil) fala de "impedir a penetração de aviões líbios na zona de exclusão aérea", o que é considerado um eufemismo da licença para matar, o que seria confirmado pela inexistência de qualquer violação desse espaço por parte das tropas líbias prévia ao início do ataque militar de hoje.

Forte presença militar às portas da Líbia

As forças militares dos EUA já situaram dois esquadrões com um total de 40 aviões de combate F-16 em Aviano, Itália, prontos para o ataque. Em frente à costa da Líbia, os ianques têm o porta-helicópteros "USS Kearsarge", três destrutores, um navio anfíbio de desembarco e um submarino de propulsão nuclear. Todos eles fortemente armados com mísseis.

Segundo fontes militares de EUA, inclusive as armas mais poderosas já estão de caminho para o Mediterrâneo. Isto inclui, entre outros, os novos aviões F-22 e o port-aviões "USS Enterprise", o que pode anunciar um grande massacre dirigido pela OTAN contra o povo líbio.

Com Sarkozy como principal defensor do ataque, também as forças armadas francesas se preparam em suas bases militares ao longo da costa do Mediterráneo e a ilha da Córsega. O porta-aviões "Charles de Gaulle", com 35 aviões de combate nas redondezas da Líbia.

Por sua vez, o exército britânico tem duas fragatas perto da costa da Líbia, além de grande número de helicópteros de combate, aviões de reconhecimento e bombardeiros prontos para o combate em uma base militar da Malta. Outros equipamentos militares, incluindo aviões de combate, já se transladaram desde o Reino Unido para a referida ilha mediterrânica, para a Itália e eventualmente para a Grécia.

Quanto ao Estado espanhol, o outrora "antibelicista" Rodríguez Zapatero também quer participar no saque do petróleo e o gás líbios, daí que tenha oferecido aviões de combate e várias embarcações para militares para ajudar na operação. Também as bases militares espanhóis foram postas a disposição da operação imperialista.

O Governo da Bélgica anunciou a participação com seis aviões F-16 de combate, a Dinamarca seis caças F-16, e está pendente a confirmação do envolvimento direto de aviões de combate belgas e dinamarqueses.

Curiosamente, Itália e Malta, os Estados europeus mais próximos da Líbia, ainda não se comprometeram oficialmente com pessoal ou equipamento militar a um ataque contra as forças de Kaddafi que já está em andamento. No entanto, ambos governos abriram suas bases aéreas e portos à aliança imperialista e o mais provável é que os ataques aéreos contra a Líbia partam da Malta e da Itália.

A única nação árabe que até agora anunciou oficialmente sua participação na operação de luta contra a Líbia é Qatar. Outra nação árabe - provavelmente os Emirados - jogará um papel vital no controle da zona de exclusão aérea sobre a Líbia.

Outros países estão mostrando sua disposição a ajudar nas operações militares contra a Líbia. A Grécia e Chipre poderiam abrir logo seus portos e aeroportos para as operações militares. A Noruega e a Holanda indicaram que podem enviar aviões de combate. A Lituânia ofereceu um avião de transporte militar. A Suécia disse que oferecerá ajuda se receber um pedido da OTAN.

Entretanto, os vizinhos mais próximos de Líbia estão evitando uma participação ativa na intervenção bélica. A Tunísia não participa na operação. Egito também se abstém, mas está proporcionando armas e outros fornecimentos aos rebeldes baseados em Bengasi.

No meio do fogo da ditadura de Kaddafi e os assassinos da OTAN, o povo líbio poderá ser a próxima vítima da cega violência do imperialismo, que unicamente aspira a tomar conta dos recursos naturais e situar à frente do país um fantoche disposto a entregar esses recursos. Nesse objetivo, a destruição da Líbia poderá ser só mais um recurso, como já vimos, recentemente, em casos como o do Iraque ou o Afeganistão.

Porque a OTAN não intervém contra as outras ditaduras da região?

Sarcasticamente, o presidente norte-americano afirma que ordenou ataques "para proteger a população civil". A história mais recente e a anterior dizem-nos que a população civil é a principal vítima deste tipo de operações de castigo, e que os verdadeiros interesses têm pouco que ver com os interesses das massas dos países atacados. A da Líbia, infelizmente, não será uma exceção.

Por último, convém assinalar uma obviedade que não deixa de ser bem eloquente: No Bahrein, Arábia Saudita, Iémen, Marrocos e restantes ditaduras cleptocráticas da região, não vai haver intervenção militar do imperialismo, apesar de que a cada dia somam novas vítimas da repressão e inclusive intervenções militares de uns estados contra os povos dos governos "amigos", como vimos com a intervenção militar saudita no Bahrein.

A hipocrisia dos estados capitalistas ocidentais não tem limites: a sua crueldade também não, e o povo líbio é a próxima vítima das suas ânsias predadoras.

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