domingo, 20 de março de 2011
EUA bombardeiam Líbia com mais de 112 mísseis Tomahawk
Líbia - Direitos nacionais e imperialismo
Diário Liberdade - Segundo informa a rede televisiva dos EUA, NBC News, no 8º aniversário da invasão do Iraque (um milhão de mortos, milhares encarcerados e torturados), os EUA iniciaram ataques aéreos com cerca de 112 bombas Tomahawk contra a Líbia. Até o momento, Trípoli é a cidade mais afetada. Zuwara, Misurata, Sirte e Bengazi também foram bombardeadas, segundo o canal de TV estatal da Líbia. Informes dizem que defesas antiaéreas líbias foram atingidas.
A TV líbia assegurou ainda que neste sábado um avião de combate francês foi abatido pela defesa antiaérea do país na região de Trípoli, mas sem precisar detalhes. Fontes francesas negam o ocorrido. Segundo Kadafi, que ameaça alvos civis e militares, diz que o Mediterrâneo se tornou um campo de guerra e convocou os líbios a lutar contra a “cruzada colonialista”.
Obama declara guerra no Brasil
Obama, que está em visita diplomática em Brasília, disse ter autorizado uma “limitada intervenção” no país líbio. "Não foi isto que os EUA, nem nenhum de nossos aliados procurou", disse Obama, rejeitando novamente o uso de tropas terrestres. "Mas nós não podemos ficar inertes quando um tirano diz a seu povo que não haverá misericórdia". Em reunião com a presidenta brasileira Dilma Rousseff, Obama disse que “Nosso consenso [da coalizão] foi forte e nossa decisão é clara. O povo da Líbia precisa ser protegido e, na ausência de um fim imediato à violência contra civis, nossa coalizão está preparada para agir e agir com urgência”. O presidente dos Estados Unidos desembarcou neste sábado às 20h18 no Rio de Janeiro, onde fará discurso na Cinelândia remarcado para um local fechado para blindar o presidente por causa de manifestações anti-Obama marcadas pelos movimentos sociais brasileiros. A visita do presidente é motivo de vários protestos, tendo inclusive sido presos injustamente 13 manifestantes no Rio de Janeiro por protestarem contra Obama e o imperialismo dos Estados Unidos.
Há 25 embarcações navais da coalizão no Mar Mediterrâneo, segundo o Pentágono, entre eles três submarinos americanos. Onze delas são italianas, onze americanas, e três do Reino Unido, França e Canadá. Sarkozy, por seu turno, disse que “Nossos aviões já estão impedindo ataques aéreos em Bengazi. É hora da França, ao lado de seus aliados, assumir sua responsabilidade perante a História”.
Operação “Amanhecer da Odisseia”
A operação estadunidense batizada pelo Pentágono como “Amanhecer da Odisseia” foi inaugurada após a França disparar ataques de seus caças Rafale contra tanques, alvos das forças do governo de Muammar Kadafi e vitimar mais de cem civis. Caças, submarinos e navios de guerra como o USS Kearsarge estão sendo usados pelas forças do imperialismo norte-americano para apoiar os ataques. A televisão estatal da Líbia informa que civis foram atingidos pelos aviões das forças imperialistas.
Segundo um porta-voz do Pentágono, são 20 alvos sendo atacados pelos EUA, França, Reino Unido e Itália. Estes 4 países já realizam ações militares diretas na Líbia, enquanto a Espanha, Canadá, Catar e os Emirados Árabes declaram publicamente interesse em participar da intervenção. De acordo com o Pentágono, os EUA comandam a operação na Líbia, entretanto, devem entregar aos outros membros da coalizão nos próximos dias as responsabilidades.
O Presidente do Congresso da Líbia, Mohammed Zwei, falou sobre agressões e informou que “há edifícios civis que foram atacados, e também sítios militares”. “Ao invés de nos enviar observadores internacionais, estão nos lançando mísseis”, acrescentou. Disse ainda que “há centenas de feridos pela agressão, nossos hospitais estão abarrotados, as ambulâncias fazem o que podem”. A Líbia não reconhece a resolução da ONU que prevê a intervenção das forças militares imperialistas e promete atuar contra esta.
“Supostamente esta agressão é para a proteção dos civis, mas isto se contradiz com o que ocorreu em terra nesta noite, uma grande quantidade de civis foram feridos pela agressão desta noite contra eles”, expressou o presidente do Congresso líbio.
A agressão ao país norte africano, segundo Eliades Acosta, renomado jornalista cubano, deixa claro a definitiva capitulação de Obama ante os neoconservadores. O presidente dos Estados Unidos ordenou as agressões à Líbia em meio um almoço na cidade do Rio de Janeiro com a presidenta do Brasil, Dilma Rousseff. Acosta acrescenta que “Obama cancela a esperança. Entrará na história como mais um. Não há mudança, é o mesmo império, idêntico o boicote à razão. O Prêmio Nobel da Paz desatou sua própria guerra e abre uma terceira frente, sem ter conseguido ganhar as duas anteriores”.
Diplomacia russa chama o "cessar fogo o mais rápido possível"
"Seguiremos convencidos de que para solucionar de maneira estável o conflito interno na Líbia (...) há que parar rapidamente o derramamento de sangue e para que os líbios empreendam o diálogo".
Ainda assim, o chefe russo da comissão de Assuntos Externos da Duma (Câmara de Deputados), Konstantín Kosachov condenou a intervenção estrangeira, logo após o Governo de Kadafi anunciar o cessar fogo na sexta-feira passada.
"Se o que se trata é de proteger as pessoas, então agora deveriam fazer uma pausa, parar e observar quando é que seria esta declaração do cessar fogo e assim esta declaração seria seguida por feitos concretos", disse Kosachov e também manifestou que "se isto não ocorrer, quero dizer que a intenção não é ajudar as pessoas, mas derrubar o regime".
"E então deixará de ser uma intervenção humanitária para se converter em uma ingerência nos assuntos internos da Líbia, do qual claramente não diz nada a resolução do Conselho de Segurança da ONU", denunciou Kosachov.
Chefe da sexta frota dos EUA coordenará coalizão internacional
O comandante da Sexta Frota dos Estados Unidos na Europa, o vice-almirante Harry B. Harris Jr., é o encarregado de coordenar a coalizão internacional que intervém na Líbia para estabelecer a zona de exclusão aérea, segundo informou a agência Efe e fontes do Governo espanhol.
Segundo estas fontes, cada país conservará o comando de suas tropas, mas será o chefe da Sexta Frota, a unidade operacional das forças navais americanas na Europa, a que coordenará a intervenção.
A Espanha participará nessa missão com um avião cisterna – um Boeing 707 – e quatro aviões F-18 que realizarão patrulhas aéreas e que voaram nesta tarde a uma base militar italiana para se integrar posteriormente no comando da coalizão, segundo informou em Paris o presidente do Governo espanhol, José Luis Rodrígues Zapatero.
França
Por ser o país que assumiu a liderança da intervenção militar na Líbia, começou a intervir com dezenas de aparatos, segundo comunicado do Estado Maior gaulês. A França dispõe de uma centena de caças Rafale e Mirage 2000, além de aviões de espionagem Awacs e um porta-helicópteros do tipo Mistral. Também estão preparando aviões com cisternas de reabastecimento em Istres, próximo à Marselha. O porta aviões Charles de Gaulle, atualmente em Toulon, pode ser empregado neste domingo e tardaria um dia e meio para alcançar as costas líbias, com 15 aviões de combate a bordo.
Canadá
Os canadenses se comprometeram com sete caças bombardeiros CF-18 que deverão estar em bases italianas.
Itália
Este país, historicamente muito vinculado à Líbia, oferece no momento suas bases militares para estabelecer a zona de exclusão aérea, ainda que não exclua uma participação maior em uma segunda fase.
OTAN
A Aliança Atlântica vá ficar em segundo plano, por agora, se bem que seus aviões radares Awacs já estão no Mediterrâneo e tem voado por 24 horas.
Dinamarca
Copenhague aprovou contribuir com seis F-16 e um avião de transporte para a intervenção.
Noruega
Comprometeu-se com seis caças F-16.
Bélgica
Este país poderia participar com quatro ou seis F-16, bem como um barco caçador de minas.
Países árabes
Catar comprometeu-se a participar, mas sem maior precisão, um diplomata da ONU anunciou que o país se somará aos Emirados Árabes Unidos, mas não foi confirmado.
Países Baixos
Anunciaram participação, mas sem precisão.
Grécia
Atenas colocará à disposição da coalizão bases gregas, sem precisar quais.
Espanha
O presidente do Governo, José Luiz Rodríguez Zapatero, anunciou que a Espanha contribuirá à operação internacional com um avião cisterna, quatro aviões de combate F-18, um barco de guerra F-100, um submarino e um avião de vigilância marinha. A isso se somará as bases de Morón de la Frontera (Sevilla) e Rota (Cádiz).
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