sexta-feira, 20 de abril de 2012

POLÍTICA NACIONAL - CPI, PARLAMENTARES E SUAS CACHOEIRAS

Saiba quem assinou e quem não assinou requerimento da CPI


396 dos 513 deputados assinaram; dentre os 81 senadores, foram 72.

CPI vai apurar vínculo de políticos e empresários com bicheiro preso.

A Mesa do Congresso divulgou na tarde desta sexta (20) a lista dos 396 deputados e 72 senadores (veja ao final deste texto) que assinaram o requerimento para criação da CPI mista que investigará as relações com políticos e empresários do bicheiro Carlos Augusto Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela Polícia Federal. Ele é apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.

A CPI foi criada nesta quinta, em sessão do Congresso Nacional que reuniu deputados e senadores. Na próxima terça, os partidos entregarão os nomes dos 32 membros titulares e dos 32 suplentes da CPI. A partir desse momento, a comissão estará instalada e poderá iniciar os trabalhos.

Adesões

O presidente da Câmara, Marco Maia, e o líder do governo na Casa, Arlindo Chinaglia (PT-SP), informaram que não assinaram o requerimento de criação da CPI por não considerarem a atitude compatível com as funções que ocupam.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que também não assinou o requerimento, está internado em um hospital de São Paulo. Ele passou por um cateterismo e uma angioplastia, para a desobstrução de uma artéria do coração.

A maioria dos senadores que não assinaram o documento é do PMDB. Além de Sarney, outros quatro peemedebistas não aderiram ao pedido de instalação da comissão - Eunício Oliveira (PMDB-CE), Garibaldi Alves (PMDB-RN), Clésio Andrade (PMDB-MG) e Lobão Filho (PMDB-MA). O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que assinou o requerimento, disse na semana passada que a CPI não é “prioridade” para o partido.

Investigado por envolvimento com Cachoeira e alvo de processo no Conselho de Ética do Senado, Demóstenes Torres (sem partido-GO) não assinou o documento. Ele já havia dito que não iria aderir por considerar que seria “falso heroísmo”. O senador goiano é suspeito de ter usar mandato para beneficiar o bicheiro. "Eu não faço falso heroísmo. A minha vida toda fui uma pessoa coerente. Assinar [a CPI] teria qual razão? Falso heroísmo?", disse o senador nesta quinta (18).

Em contrapartida, todos os deputados federais suspeitos de envolvimento com o bicheiro assinaram o documento. São eles: Rubens Otoni (PT-GO), Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Sandes Junior (PP-GO), Jovair Arantes (PTB-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP).

Veja abaixo a relação dos parlamentares que assinaram e dos que não assinaram o requerimento de criação da CPI.

ASSINARAM / CÂMARA

Abelardo Camarinha PSB SP

Abelardo Lupion DEM PR

Ademir Camilo PSD MG

Afonso Florence PT BA

Afonso Hamm PP RS

Alberto Filho PMDB MA

Alberto Mourão PSDB SP

Alceu Moreira PMDB RS

Alessandro Molon PT RJ

Alexandre Leite DEM SP

Alexandre Roso PSB RS

Alexandre Santos PMDB RJ

Alfredo Kaefer PSDB PR

Alfredo Sirkis PV RJ

Alice Portugal PCdoB BA

Aline Corrêa PP SP

Almeida Lima PPS SE

Amauri Teixeira PT BA

André Figueiredo PDT CE

Andre Moura PSC SE

Andre Vargas PT PR

Andreia Zito PSDB RJ

Ângelo Agnolin PDT TO

Angelo Vanhoni PT PR

Anthony Garotinho PR RJ

Antônio Andrade PMDB MG

Antonio Balhmann PSB CE

Antonio Bulhões PRB SP

Antonio Carlos Magalhães Neto DEM BA

Antonio Carlos Mendes Thame PSDB SP

Antonio Imbassahy PSDB BA

Ariosto Holanda PSB CE

Armando Vergílio PSD GO

Arnaldo Faria De Sá PTB SP

Arnaldo Jardim PPS SP

Arnaldo Jordy PPS PA

Arolde De Oliveira PSD RJ

Arthur Lira PP AL

Arthur Oliveira Maia PMDB BA

Artur Bruno PT CE

Asdrubal Bentes PMDB PA

Assis Carvalho PT PI

Assis Do Couto PT PR

Assis Melo PCdoB RS

Átila Lins PSD AM

Audifax PSB ES

Augusto Carvalho PPS DF

Augusto Coutinho DEM PE

Benedita Da Silva PT RJ

Benjamin Maranhão PMDB PB

Berinho Bantim PSDB RR

Bernardo Santana De Vasconcellos PR MG

Beto Faro PT PA

Biffi PT MS

Bohn Gass PT RS

Bonifácio De Andrada PSDB MG

Brizola Neto PDT RJ

Bruno Araújo PSDB PE

Cândido Vaccarezza PT SP

Carlaile Pedrosa PSDB MG

Carlinhos Almeida PT SP

Carlos Alberto Leréia PSDB GO

Carlos Bezerra PMDB MT

Carlos Brandão PSDB MA

Carlos Eduardo Cadoca PSC PE

Carlos Sampaio PSDB SP

Carlos Souza PSD AM

Carlos Zarattini PT SP

Carmen Zanotto PPS SC

Celso Maldaner PMDB SC

Cesar Colnago PSDB ES

César Halum PSD TO

Chico Alencar PSOL RJ

Chico D'angelo PT RJ

Chico Lopes PCdoB CE

Claudio Cajado DEM BA

Cláudio Puty PT PA

Costa Ferreira PSC MA

Dalva Figueiredo PT AP

Daniel Almeida PCdoB BA

Danilo Forte PMDB CE

Danrlei De Deus Hinterholz PSD RS

Darcísio Perondi PMDB RS

Davi Alcolumbre DEM AP

Décio Lima PT SC

Delegado Protógenes PCdoB SP

Deley PSC RJ

Devanir Ribeiro PT SP

Diego Andrade PSD MG

Dilceu Sperafico PP PR

Dimas Ramalho PPS SP

Domingos Dutra PT MA

Domingos Neto PSB CE

Domingos Sávio PSDB MG

Dr. Aluizio PV RJ

Dr. Carlos Alberto PMN RJ

Dr. Grilo PSL MG

Dr. Jorge Silva PDT ES

Dr. Paulo César PSD RJ

Dr. Rosinha PT PR

Dr. Ubiali PSB SP

Duarte Nogueira PSDB SP

Dudimar Paxiuba PSDB PA

Edinho Araújo PMDB SP

Edinho Bez PMDB SC

Edio Lopes PMDB RR

Edmar Arruda PSC PR

Edson Ezequiel PMDB RJ

Edson Pimenta PSD BA

Edson Santos PT RJ

Eduardo Barbosa PSDB MG

Eduardo Cunha PMDB RJ

Eduardo Da Fonte PP PE

Eduardo Gomes PSDB TO

Eduardo Sciarra PSD PR

Efraim Filho DEM PB

Eleuses Paiva PSD SP

Eli Correa Filho DEM SP

Eliseu Padilha PMDB RS

Emanuel Fernandes PSDB SP

Enio Bacci PDT RS

Erika Kokay PT DF

Erivelton Santana PSC BA

Esperidião Amin PP SC

Evandro Milhomen PCdoB AP

Fábio Ramalho PV MG

Fábio Souto DEM BA

Fabio Trad PMDB MS

Fátima Bezerra PT RN

Fátima Pelaes PMDB AP

Felipe Maia DEM RN

Félix Mendonça Júnior PDT BA

Fernando Coelho Filho PSB PE

Fernando Ferro PT PE

Fernando Francischini PSDB PR

Fernando Jordão PMDB RJ

Fernando Marroni PT RS

Fernando Torres PSD BA

Filipe Pereira PSC RJ

Flávia Morais PDT GO

Flaviano Melo PMDB AC

Francisco Araújo PSD RR

Francisco Escórcio PMDB MA

Gabriel Chalita PMDB SP

Gabriel Guimarães PT MG

Genecias Noronha PMDB CE

George Hilton PRB MG

Gera Arruda PMDB CE

Geraldo Resende PMDB MS

Geraldo Simões PT BA

Geraldo Thadeu PSD MG

Gilmar Machado PT MG

Giovani Cherini PDT RS

Giovanni Queiroz PDT PA

Giroto PMDB MS

Givaldo Carimbão PSB AL

Glauber Braga PSB RJ

Gonzaga Patriota PSB PE

Gorete Pereira PR CE

Guilherme Campos PSD SP

Hélio Santos PSD MA

Henrique Afonso PV AC

Henrique Eduardo Alves PMDB RN

Henrique Fontana PT RS

Henrique Oliveira PR AM

Heuler Cruvinel PSD GO

Homero Pereira PSD MT

Hugo Leal PSC RJ

Hugo Motta PMDB PB

Iracema Portella PP PI

Irajá Abreu PSD TO

Iriny Lopes PT ES

Íris De Araújo PMDB GO

Ivan Valente PSOL SP

Izalci PR DF

Jaime Martins PR MG

Jair Bolsonaro PP RJ

Jairo Ataíde DEM MG

Jandira Feghali PCdoB RJ

Janete Rocha Pietá PT SP

Jânio Natal PRP BA

Jean Wyllys PSOL RJ

Jerônimo Goergen PP RS

Jesus Rodrigues PT PI

Jhonatan De Jesus PRB RR

Jilmar Tatto PT SP

Jô Moraes PCdoB MG

João Ananias PCdoB CE

João Arruda PMDB PR

João Bittar DEM MG

João Campos PSDB GO

João Dado PDT SP

João Magalhães PMDB MG

João Maia PR RN

João Paulo Cunha PT SP

João Paulo Lima PT PE

Jonas Donizette PSB SP

Jorge Tadeu Mudalen DEM SP

Jorginho Mello PSDB SC

José Airton PT CE

José Augusto Maia PTB PE

José De Filippi PT SP

José Guimarães PT CE

José Humberto PHS MG

José Mentor PT SP

José Nunes PSD BA

Josias Gomes PT BA

Jovair Arantes PTB GO

Júlio Campos DEM MT

Júlio Delgado PSB MG

Júnior Coimbra PMDB TO

Jutahy Junior PSDB BA

Keiko Ota PSB SP

Laurez Moreira PSB TO

Lázaro Botelho PP TO

Leandro Vilela PMDB GO

Lelo Coimbra PMDB ES

Leonardo Gadelha PSC PB

Leonardo Monteiro PT MG

Leonardo Picciani PMDB RJ

Leonardo Quintão PMDB MG

Leonardo Vilela PSDB GO

Leopoldo Meyer PSB PR

Liliam Sá PSD RJ

Lincoln Portela PR MG

Lira Maia DEM PA

Lourival Mendes PTdoB MA

Luci Choinacki PT SC

Luciana Santos PCdoB PE

Lucio Vieira Lima PMDB BA

Luis Carlos Heinze PP RS

Luiz Alberto PT BA

Luiz Argôlo PP BA

Luiz Carlos Setim DEM PR

Luiz Couto PT PB

Luiz Fernando Faria PP MG

Luiz Fernando Machado PSDB SP

Luiz Noé PSB RS

Luiz Pitiman PMDB DF

Luiz Sérgio PT RJ

Luiza Erundina PSB SP

Manato PDT ES

Manuela D'ávila PCdoB RS

Mara Gabrilli PSDB SP

Marcelo Castro PMDB PI

Marcelo Matos PDT RJ

Marcio Bittar PSDB AC

Márcio Macêdo PT SE

Márcio Marinho PRB BA

Marco Tebaldi PSDB SC

Marcon PT RS

Marcos Medrado PDT BA

Marcos Montes PSD MG

Marcos Rogério PDT RO

Marcus Pestana PSDB MG

Marina Santanna PT GO

Marinha Raupp PMDB RO

Mário Feitoza PMDB CE

Mário Negromonte PP BA

Marllos Sampaio PMDB PI

Maurício Quintella Lessa PR AL

Maurício Trindade PR BA

Mauro Lopes PMDB MG

Mauro Nazif PSB RO

Mendonça Filho DEM PE

Mendonça Prado DEM SE

Miguel Corrêa PT MG

Milton Monti PR SP

Miriquinho Batista PT PA

Miro Teixeira PDT RJ

Missionário José Olimpio PP SP

Moreira Mendes PSD RO

Nazareno Fonteles PT PI

Neilton Mulim PR RJ

Nelson Bornier PMDB RJ

Nelson Marchezan Junior PSDB RS

Nelson Padovani PSC PR

Nelson Pellegrino PT BA

Newton Cardoso PMDB MG

Newton Lima PT SP

Nilda Gondim PMDB PB

Nilson Leitão PSDB MT

Odair Cunha PT MG

Odílio Balbinotti PMDB PR

Onofre Santo Agostini PSD SC

Onyx Lorenzoni DEM RS

Osmar Júnior PCdoB PI

Osmar Serraglio PMDB PR

Osmar Terra PMDB RS

Otavio Leite PSDB RJ

Oziel Oliveira PDT BA

Padre João PT MG

Padre Ton PT RO

Pastor Eurico PSB PE

Pastor Marco Feliciano PSC SP

Pauderney Avelino DEM AM

Paulo Abi-Ackel PSDB MG

Paulo Cesar Quartiero DEM RR

Paulo Feijó PR RJ

Paulo Ferreira PT RS

Paulo Foletto PSB ES

Paulo Freire PR SP

Paulo Pereira Da Silva PDT SP

Paulo Piau PMDB MG

Paulo Pimenta PT RS

Paulo Rubem Santiago PDT PE

Paulo Teixeira PT SP

Paulo Wagner PV RN

Pedro Chaves PMDB GO

Pedro Eugênio PT PE

Pedro Novais PMDB MA

Pedro Uczai PT SC

Perpétua Almeida PCdoB AC

Pinto Itamaraty PSDB MA

Policarpo PT DF

Professor Setimo PMDB MA

Professora Dorinha Seabra Rezende DEM TO

Raimundo Gomes De Matos PSDB CE

Ratinho Junior PSC PR

Raul Henry PMDB PE

Raul Lima PSD RR

Reginaldo Lopes PT MG

Reguffe PDT DF

Reinaldo Azambuja PSDB MS

Reinhold Stephanes PSD PR

Renan Filho PMDB AL

Renato Molling PP RS

Renzo Braz PP MG

Ricardo Berzoini PT SP

Ricardo Izar PSD SP

Ricardo Tripoli PSDB SP

Roberto De Lucena PV SP

Roberto Freire PPS SP

Roberto Santiago PSD SP

Roberto Teixeira PP PE

Rodrigo De Castro PSDB MG

Rodrigo Maia DEM RJ

Rogério Carvalho PT SE

Rogério Marinho PSDB RN

Romário PSB RJ

Romero Rodrigues PSDB PB

Ronaldo Benedet PMDB SC

Ronaldo Caiado DEM GO

Ronaldo Fonseca PR DF

Ronaldo Zulke PT RS

Rosane Ferreira PV PR

Rose De Freitas PMDB ES

Rubens Bueno PPS PR

Rubens Otoni PT GO

Rui Palmeira PSDB AL

Ruy Carneiro PSDB PB

Sabino Castelo Branco PTB AM

Salvador Zimbaldi PDT SP

Sandes Júnior PP GO

Sandra Rosado PSB RN

Sandro Mabel PMDB GO

Sarney Filho PV MA

Sérgio Brito PSD BA

Sergio Guerra PSDB PE

Severino Ninho PSB PE

Sibá Machado PT AC

Silvio Costa PTB PE

Simplício Araújo PPS MA

Stepan Nercessian PPS RJ

Sueli Vidigal PDT ES

Takayama PSC PR

Teresa Surita PMDB RR

Tiririca PR SP

Valadares Filho PSB SE

Valdir Colatto PMDB SC

Valmir Assunção PT BA

Valtenir Pereira PSB MT

Vander Loubet PT MS

Vanderlei Macris PSDB SP

Vanderlei Siraque PT SP

Vaz De Lima PSDB SP

Vicente Candido PT SP

Vicentinho PT SP

Vieira Da Cunha PDT RS

Vilalba PRB PE

Vitor Penido DEM MG

Waldenor Pereira PT BA

Waldir Maranhão PP MA

Walney Rocha PTB RJ

Walter Feldman PSDB SP

Wandenkolk Gonçalves PSDB PA

Washington Reis PMDB RJ

Weliton Prado PT MG

Wellington Roberto PR PB

William Dib PSDB SP

Wilson Filho PMDB PB

Wolney Queiroz PDT PE

Zé Geraldo PT PA

Zenaldo Coutinho PSDB PA

Zezéu Ribeiro PT BA

Zoinho PR RJ

NÃO ASSINARAM / CÂMARA

Acelino Popó PRB BA

Adrian PMDB RJ

Aelton Freitas PR MG

Alex Canziani PTB PR

Anderson Ferreira PR PE

André Zacharow PMDB PR

Aníbal Gomes PMDB CE

Antônia Lúcia PSC AC

Antonio Brito PTB BA

Antônio Roberto PV MG

Aracely De Paula PR MG

Arlindo Chinaglia PT SP

Arnon Bezerra PTB CE

Aureo PRTB RJ

Beto Mansur PP SP

Bruna Furlan PSDB SP

Carlos Magno PP RO

Celia Rocha PTB AL

Cida Borghetti PP PR

Cleber Verde PRB MA

Damião Feliciano PDT PB

Davi Alves Silva Júnior PR MA

Dimas Fabiano PP MG

Dr. Adilson Soares PR RJ

Edivaldo Holanda Junior PTC MA

Eduardo Azeredo PSDB MG

Elcione Barbalho PMDB PA

Eliene Lima PSD MT

Eros Biondini PTB MG

Eudes Xavier PT CE

Fábio Faria PSD RN

Felipe Bornier PSD RJ

Francisco Floriano PR RJ

Francisco Praciano PT AM

Giacobo PR PR

Gladson Cameli PP AC

Guilherme Mussi PSD SP

Heleno Silva PRB SE

Hermes Parcianello PMDB PR

Hugo Napoleão PSD PI

Inocêncio Oliveira PR PE

Janete Capiberibe PSB AP

Jaqueline Roriz PMN DF

Jefferson Campos PSD SP

João Carlos Bacelar PR BA

João Leão PP BA

João Lyra PSD AL

João Pizzolatti PP SC

Joaquim Beltrão PMDB AL

Jorge Boeira PSD SC

Jorge Corte Real PTB PE

José Carlos Araújo PSD BA

José Chaves PTB PE

José Linhares PP CE

José Otávio Germano PP RS

José Priante PMDB PA

José Rocha PR BA

Jose Stédile PSB RS

Josué Bengtson PTB PA

Júlio Cesar PSD PI

Junji Abe PSD SP

Lael Varella DEM MG

Laercio Oliveira PR SE

Lauriete PSC ES

Luciano Castro PR RR

Lúcio Vale PR PA

Luis Tibé PTdoB MG

Luiz Carlos PSDB AP

Luiz Nishimori PSDB PR

Magda Mofatto PTB GO

Mandetta DEM MS

Manoel Junior PMDB PB

Manoel Salviano PSD CE

Marçal Filho PMDB MS

Marcelo Aguiar PSD SP

Márcio Reinaldo Moreira PP MG

Marco Maia PT RS

Mário De Oliveira PSC MG

Mauro Benevides PMDB CE

Mauro Mariani PMDB SC

Natan Donadon PMDB RO

Nelson Marquezelli PTB SP

Nelson Meurer PP PR

Nice Lobão PSD MA

Nilton Capixaba PTB RO

Otoniel Lima PRB SP

Paes Landim PTB PI

Paulo Magalhães PSD BA

Paulo Maluf PP SP

Pedro Henry PP MT

Penna PV SP

Rebecca Garcia PP AM

Roberto Balestra PP GO

Roberto Britto PP BA

Rogério Peninha Mendonça PMDB SC

Ronaldo Nogueira PTB RS

Rosinha Da Adefal PTdoB AL

Sandro Alex PPS PR

Saraiva Felipe PMDB MG

Sebastião Bala Rocha PDT AP

Sérgio Moraes PTB RS

Silas Câmara PSD AM

Simão Sessim PP RJ

Taumaturgo Lima PT AC

Toninho Pinheiro PP MG

Valdemar Costa Neto PR SP

Vicente Arruda PR CE

Vilson Covatti PP RS

Vinicius Gurgel PR AP

Vitor Paulo PRB RJ

Walter Tosta PSD MG

Wellington Fagundes PR MT

Wladimir Costa PMDB PA

Zé Silva PDT MG

Zé Vieira PR MA

Zeca Dirceu PT PR

Zequinha Marinho PSC PA

ASSINARAM / SENADO

Acir Gurgacz PDT RO

Aécio Neves PSDB MG

Alfredo Nascimento PR AM

Aloysio Nunes Ferreira PSDB SP

Alvaro Dias PSDB PR

Ana Amélia PP RS

Ana Rita PT ES

Angela Portela PT RR

Anibal Diniz PT AC

Antonio Carlos Valadares PSB SE

Antonio Russo PR MS

Armando Monteiro PTB PE

Blairo Maggi PR MT

Casildo Maldaner PMDB SC

Cássio Cunha Lima PSDB PB

Cícero Lucena PSDB PB

Ciro Nogueira PP PI

Cristovam Buarque PDT DF

Cyro Miranda PSDB GO

Delcídio do Amaral PT MS

Eduardo Amorim PSC SE

Eduardo Braga PMDB AM

Eduardo Lopes PRB RJ

Eduardo Suplicy PT SP

Epitácio Cafeteira PTB MA

Fernando Collor PTB AL

Flexa Ribeiro PSDB PA

Francisco Dornelles PP RJ

Gim Argello PTB DF

Humberto Costa PT PE

Inácio Arruda PC DO B CE

Ivo Cassol PP RO

Jader Barbalho PMDB PA

Jarbas Vasconcelos PMDB PE

Jayme Campos DEM MT

João Capiberibe PSB AP

João Durval PDT BA

João Ribeiro PR TO

João Vicente Claudino PTB PI

Jorge Viana PT AC

José Agripino DEM RN

José Pimentel PT CE

Kátia Abreu PSD TO

Lídice da Mata PSB BA

Lindbergh Farias PT RJ

Lúcia Vânia PSDB GO

Luiz Henrique PMDB SC

Magno Malta PR ES

Maria do Carmo Alves DEM SE

Mário Couto PSDB PA

Marta Suplicy PT SP

Mozarildo Cavalcanti PTB RR

Paulo Bauer PSDB SC

Paulo Davim PV RN

Paulo Paim PT RS

Pedro Simon PMDB RS

Pedro Taques PDT MT

Randolfe Rodrigues PSOL AP

Renan Calheiros PMDB AL

Ricardo Ferraço PMDB ES

Roberto Requião PMDB PR

Rodrigo Rollemberg PSB DF

Romero Jucá PMDB RR

Sérgio Souza PMDB PR

Valdir Raupp PMDB RO

Vanessa Grazziotin PC DO B AM

Vicentinho Alves PR TO

Vital do Rêgo PMDB PB

Waldemir Moka PMDB MS

Walter Pinheiro PT BA

Wellington Dias PT PI

Zeze Perrella PDT MG

NÃO ASSINARAM / SENADO

Benedito de Lira PP AL

Clésio Andrade PMDB MG

Clovis Fecury DEM MA

Demóstenes Torres sem partido GO

Eunício Oliveira PMDB CE

Garibaldi Alves PMDB RN

José Sarney PMDB AP

Lobão Filho PMDB MA

Sérgio Petecão PSD AC


De: G1, em Brasília

POVO INDÍGENA - MENSAGEM AOS POVOS INDÍGENAS

Neste dia 19 de abril, data criada em 1943 pelo governo brasileiro para homenagear os Povos Indígenas, não há motivo para festa. Esta é mais uma oportunidade para conclamarmos nossos parentes a não desistir da luta. A luta pela terra, sem a qual não há existência. A luta pela preservação da cultura, que nos fortalece. A luta pela natureza, que nos sustenta. E a luta pelo simples direito de viver, sem sermos criminalizados e vermos nossos pais, irmãos e filhos serem mortos. O indígena quer ser respeitado como habitante originário deste solo pátrio, mas também quer olhar para o futuro, acreditar em um dia em que não sejamos mais tratados como cidadãos de segunda classe ou ameaças à ordem vigente.

Estamos em mais de 80% do território nacional e o sangue indígena corre em 70 % das veias dos brasileiros. Nosso país é uma Nação Indígena, mas não reconhece isto. Somos lembrados pela ampla maioria da sociedade apenas uma vez ao ano, no Dia do Índio. Nos outros 364 dias ignoram-nos. O governo vira o rosto às nossas reivindicações. Até hoje não fomos recebidos pela Presidente Dilma Rousseff.

Os meios de comunicação seguem nos retratam através de estereótipos que não condizem com nossa realidade. O agronegócio, que alimenta a ganância dos grileiros de terras mancomunados com as elites políticas, conquista cada vez mais espaço no Congresso Nacional e demais instâncias de tomada de decisão.
Mesmo assim, continuamos firmes em nossos propósitos, indestrutíveis. Se o governo não nos ouve, levamos nosso grito para as ruas. Se a imprensa não nos dá espaço, criamos nossa rede de informações. Se nossos inimigos interferem na política, nos articulamos em busca de alianças para combatê-los. E prosseguimos, tendo como exemplo nossos grandes líderes. Citar o nome de alguns aqui seria injustiça frente a tantos guerreiros e guerreiras que dedicaram vidas e derramaram sangue pela nossa causa. Sabemos quem são eles.

Há muita tristeza em nosso caminho ao longo dos anos, mas também existe muito do que se orgulhar. Apesar dos massacres sistemáticos e total omissão das autoridades que deviam nos proteger, seguimos fortes e cada vez mais organizados, protagonistas de nossa história.

A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e as organizações indígenas regionais que dela fazem parte - APOINME, ARPINSUL, ARPIPAN, ATY GUASU, ARPINSUDESTE e COIAB - são motivadas em sua missão de zelar pelos direitos Indígenas, pelo espírito guerreiro de cada parente, desde aqueles que vivem em florestas intocadas aos índios que habitam grandes centros urbanos convivendo diariamente com a discriminação. Todos são inspiração para enfrentarmos os muitos desafios que ainda temos pela frente.

Hoje somos exemplo de resistência e se buscarmos cada vez mais a união nunca seremos derrotados. No mês de junho, o Acampamento Terra Livre acontece no Rio de Janeiro, integrando-se a Cúpula dos Povos, com o objetivo de incidir no que será discutido durante a RIO + 20. Nossa voz, então, será ouvida em todo o mundo.
A salvação do Planeta está na sabedoria ancestral dos Povos Indígenas!

Pela defesa dos direitos indígenas, contra a mercantilização da vida e da natureza, e pelo Bem Viver e Vida Plena para os Povos e comunidades indígenas!

Saudações,

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil - APIB

POVO INDÍGENA - NOTA PÚBLICA DAS COMUNIDADES GUARANI MBYA

O Conselho de Articulação do Povo Guarani do Rio Grande do Sul apresenta às autoridades governamentais, através deste documento, os graves problemas que afetam as comunidades indígenas Guarani em nosso Estado. Não é a primeira vez que nos dirigimos para as autoridades públicas apresentando nossos problemas, reivindicações e propostas. Nós estamos bastante preocupados com o fato de que em nenhum momento a Funai, órgão indigenista responsável pela demarcação de nossas terras, e a Sesai (Secretaria de Atenção à Saúde Indígena), responsável pela assistência em saúde nas nossas comunidades, demonstraram interesse em atender as nossas reivindicações e cumprir com suas responsabilidades.

Estamos também preocupados com o nosso governo do estado do Rio Grande do Sul que vem se manifestando publicamente pedindo a paralisação das demarcações de nossas terras e exigindo que a Funai não crie os grupos de trabalhos para proceder aos estudos de identificação e delimitação das terras que ainda não foram oficialmente reconhecidas como indígenas. O mesmo ataque contra direitos originários e constitucionais acontece contra os nossos irmãos quilombolas. Somos, indígenas e quilombolas, aqueles que mais sofrem com a falta de políticas públicas e com a negação de direitos e mesmo quando há sinais de que a Constituição Federal será cumprida no sentido de garantir nossos direitos à terra, a maioria de nossos parlamentares e as autoridades do estado se manifestam contra a nossa Lei Maior para defender interesses de empresas, fazendeiros e outros grupos que pretendem a exploração das terras e do meio ambiente.

Aproveitamos a oportunidade para nos manifestar contra as propostas que estão sendo apresentadas no Congresso Nacional, em Brasília, que visam mudar a Constituição Federal para limitar o alcance e a garantia de nossos direitos. Lá, na casa do Povo, a grande maioria de nossos deputados e senadores estão atrelados aos grupos de pessoas que querem se apossar de todas as terras e de todas as riquezas do solo e da natureza. Por conta disso, apresentam leis que querem destruir os direitos dos indígenas e quilombolas. Um dos exemplos disso é a PEC 215 (Projeto de Emenda à Constituição) que pretende retirar do Poder Executivo, do governo federal, a atribuição de demarcar as nossas terras e transferir esta obrigação para o Congresso Nacional. Queremos dizer que se isso acontecer nenhuma terra indígena ou quilombola será demarcada porque lá, no Congresso Nacional, a maioria dos parlamentares têm apenas compromisso com os ricos e poderosos de nosso país e serão sempre contrários aos nossos direitos e interesses.

Denunciamos, uma vez mais, que as demarcações de terras no Rio Grande do Sul estão muito lentas. As famílias Guarani e do povo Kaingang estão sofrendo há décadas. Praticamente todas as ocupações Guarani no RS apresentam problemas fundiários. Algumas situações são gravíssimas, pois nossas famílias vivem na beira das estradas onde não temos água potável, não temos terra, não há saneamento básico e as águas dos rios e córregos estão contaminadas pelos dejetos das lavouras e das fábricas. Nossas crianças, homens e mulheres estão doentes por causa desta realidade.

Um grave problema, atual e futuro, são quanto ao pagamento das indenizações das benfeitorias e o reassentamentos dos ocupantes não indígenas que estão em nossas terras. Cabe a Funai a busca de solução para estas demandas. Pedimos que haja entendimentos entre os governos federal e estadual no que se refere a essa situação. Além disso, exigimos que sejam atendidas as demandas relativas as terras abaixo relacionadas:

1) Cantagalo: Cantagalo é uma das aldeias mais antigas no estado. Os estudos já foram concluídos, tudo já foi feito, mas os colonos ainda estão lá. Não aceitamos mais a demora na retirada dos ocupantes brancos. Já se passam anos da decisão do ministro e mais de 04 anos desde que a terra foi homologada pelo presidente da República, mas até agora eles estão lá. Tem famílias que estão pensando em ir embora. Além da demora na demarcação, as cercas estão abertas, e os animais dos vizinhos entram na terra e comem as plantações da comunidade indígena. A comunidade está muito desanimada com a demora. PELA URGÊNCIA DA SITUAÇÃO, DAMOS UM PRAZO DE 15 DIAS PARA A FUNAI ENCAMINHAR AS SOLUÇÕES.

2) Mato Preto: Solicitamos para que FUNAI garanta o direito a nossa terra tradicional e conclua a demarcação, uma vez que foi publicado no Diário Oficial da União dos estudos antropológicos, fundiários, históricos e ambiental. A Funai deve se posicionar quanto as contestações que foram feitas sobre os procedimento demarcatório, agilizando a análise do contraditório para a rápida publicação da portaria declaratória.

3) Irapuá: Agora que finalmente saiu a publicação de identificação e delimitação, solicitamos rapidez nos demais passos, principalmente para que possamos construir nossas casas longe da beira da estrada e dentro de nossa terra.

4) Estrela Velha: O GT do início de 2008 ainda não apresentou o resultado. A TI Kaguy Poty seria uma das mais fáceis de encaminhar a demarcação no estado, pois os não-indígenas tinham vontade de sair. Por causa da demora do GT, estão começando a mudar de idéia, e conflitos podem ocorrer, POR CAUSA DA DEMORA NOS TRABALHOS. Exigimos que a pessoa responsável pelos trabalhos seja cobrada pela FUNAI para apresentar uma solução imediata. A CEEE que tem a propriedade das terras se dispôs a transferir a titulação da área para a Funai, mas esta não manifestou nenhum interesse em resolver a situação.

5) Capivari, Lomba do Pinheiro, Estiva e Lami: Para estas antigas terras guarani foi prometido a criação de GT`s no último governo, e não foi cumprido. São situações difíceis, com pequenas áreas para muitas famílias, que aguardam há muito tempo o encaminhamento. Exigimos que o prometido seja cumprido, e essas terras sejam contempladas e demarcadas com a criação de GT`s. ESSA É A PRIORIDADE PARA 2012.
6) Itapuã, Ponta da Formiga, Morro do Coco, Arroio do Conde, Petim e Passo Grande: Estas terras estão em estudos de identificação e delimitação, desde 2008 e 2009. Estamos esperando o andamento dos estudos, e achamos que já poderiam estar mais adiantados. Solicitamos que os responsáveis e a Funai agilizem os procedimentos, pois as comunidades estão em áreas muito pequenas, e aguardam as soluções o mais rápido possível.

7) Coxilha da Cruz: Aguardamos a solução para a completa regularização da Tekoá Porá, desapropriada pelo governo estadual no ano de 2000, mas até hoje aguardando a finalização das indenizações. O governo estadual não cumpriu com o protocolo de intenções para terminar o pagamento. Atualmente a comunidade ocupa apenas a metade da área desapropriada.

8) Mata São Lorenço e Esquina Ezequiel: A Mata São Lourenço é uma das poucas áreas com matas boas na região das missões. A FUNAI deve encaminhar um GT, antes que essa mata seja terminada para dar lugar a monocultura de soja. A Esquina Ezequiel, nas margens do Arroio Piratini, deve estar junto com o GT para a Mata São Lourenço, pois também é uma área importante para a formação de aldeia na região das Missões.

9) Capi Owi: terra de ocupação tradicional localizada no município de Pelotas e que vem sendo reivindicada por terceiros que se dizem proprietários da área que está ocupada por famílias Guarani. Aquela área é uma reivindicação antiga de nossos Karaí e Kunhã Karaí, mas a Funai nunca manifestou interesse em proceder aos estudos para a comprovação de que lá é uma terra Guarani. Exigimos que a Funai crie também lá um grupo de trabalho para proceder aos estudos de identificação e delimitação da área.

10) Acampamento Arenal/Santa Maria: A situação das famílias acampadas no município de Santa Maria necessita de atenção da Funai. Estão numa pequena faixa de terra na beira da estrada, e reivindicam que a Funai crie um grupo de trabalho para a identificação e delimitação da terra reivindicada pelos Guarani.

11) Águas Brancas: Solicitamos que o processo para ocupação da TI Águas Brancas seja encaminhado, pois ela já está declarada em Portaria.

12) Duplicação das BR 290 e 116: Estamos muito preocupados com os projetos de duplicações das BRs 116 e 290. As Comunidades e acampamentos serão atingidos e os acordos feitos com o DNIT até hoje não foram cumpridos. Também sobre essas questões nossas comunidades não receberam nenhuma informação do órgão indigenista. Exigimos que a Funai se posicione contra os empreendimentos, enquanto os acordos firmados não sejam devidamente assegurados e executados.

Também queremos lembrar neste documento de nossos irmãos Kaingang que, assim como os Guarani, padecem pela falta de políticas públicas e pela falta de terra fazendo com que centenas de famílias sejam obrigadas a acampar na beira de estradas, como vem ocorrendo na região norte do estado do Rio Grande do Sul. Lembramos também daquelas famílias que são obrigadas a viver nas periferias de cidades porque o governo não assegura políticas adequadas para que elas consigam retirar o sustento através do seu trabalho nas terras já demarcadas. Apoiamos as lutas pela demarcação de terras de todas as famílias Kaingang e do povo Charrua, pois assim como nós eles enfrentam a omissão e o desrespeito dos órgãos de assistência. Apoiamos também as lutas de todas as comunidades Quilombolas, pois eles sofrem com o preconceito e com o desrespeito do poder público e de grande parte da sociedade.

Unidos, indígenas e quilombolas, nossas vozes vão ecoar para muito mais longe e nossas lutas se fortalecerão na caminhada pela garantia de nossos direitos.

Atenciosamente,

Porto Alegre, RS, 18 de abril de 2012.

Lideranças das Comunidades Guarani do RS

POVO INDÍGENA - DIA DO ÍNDIO: UMA SAGA DE SOBREVIVÊNCIA

No governo de Getúlio Vargas, em 2 de junho de 1943, foi editado o Decreto-Lei nº 5540, que estabeleceu o Dia do Índio. A data é comemorada no dia 19 de abril em homenagem ao primeiro Congresso Indigenista Interamericano, em 1940.
Desde a edição do decreto instituidor do Dia do Índio até o advento da Constituição de 1988 pouco foi realizado em prol dos indígenas brasileiros. Essa situação foi alterada a partir da vigência do novo ordenamento constitucional brasileiro, que reconheceu a multietnicidade brasileira e assentou a superação da visão integracionista que influenciava toda a legislação e a interpretação jurisprudencial a respeito de temas ligados aos índios.
O Brasil tem cerca de 230 povos indígenas, que falam cerca de 180 línguas. Cada etnia tem sua identidade, rituais, modo de vestir e de se organizar. Somente em Mato Grosso, há 42 etnias identificadas, o que significa uma população superior a 28 mil indígenas. Número este que retrata a riqueza da diversidade cultural que o Estado possui.

Os povos indígenas não vivem mais como em 1500. Hoje, muitos têm acesso à tecnologia, à universidade e a tudo o que a cidade proporciona. Nem por isso deixam de ser indígenas e de preservar a cultura e os costumes. “Ser índio não é estar nu ou pintado, não é algo que se veste. A cultura indígena faz parte da essência da pessoa. Não se deixa de ser índio por viver na sociedade contemporânea”, explica a antropóloga Majoí Gongora, do Instituto Socioambiental Brasileiro.

A população indígena cresceu 11,4% em dez anos, somando 817 mil pessoas em 2010, representando 0,4% do total da população brasileira. Nesse mesmo período, os índios brasileiros se espalharam mais pelo território nacional. Em 2010, eles estavam presentes em 80,5% dos municípios contra 63,5% em 200. Os dados são do Censo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a pesquisadora Nilza Pereira, do IBGE, ainda não é possível explicar o motivo dessa maior distribuição dos indígenas pelo país. Uma das hipóteses é que as pessoas estejam revalorizando sua identidade ancestral, já que a declaração da etnia é feita pela própria pessoa entrevistada.

— Ainda estamos analisando os dados e isso deve ficar mais claro na pesquisa que vamos divulgar em breve. Mas talvez etnias que estariam supostamente extintas podem estar se reassumindo. É um ressurgimento dessa população, avaliou Nilza Pereira.

A Região Norte concentra 37,4% do total de indígenas brasileiros, sendo que o estado do Amazonas responde por 20,6%: 168,7 mil pessoas. O município de São Gabriel da Cachoeira, no noroeste do Amazonas, é onde há um maior número de indígenas: 29 mil. Em Uiramutã, Roraima, há o maior percentual de indígenas: 88,1% da população.

Zona rural

O crescimento da população indígena foi percebido apenas nas zonas rurais, onde o crescimento chegou a 152 mil pessoas, totalizando 502 mil em 2010. São Gabriel da Cachoeira é também o município com maior número de indígenas vivendo na zona rural: 18 mil.

Por outro lado, o número de indígenas autodeclarados residentes nas cidades diminuiu em 68 mil pessoas e chegou a 315 mil em 2010. São Paulo é a cidade com o maior número de indígenas vivendo em zona urbana: 11,9 mil pessoas.

Segundo o IBGE, a redução dos indígenas vivendo em áreas urbanas ocorreu com mais intensidade na Região Sudeste. O instituto acredita que, nessa região, as pessoas deixaram de se declarar indígenas porque perderam a afinidade com seu povo de origem.

Fonte: Correio do Brasil

POVO INDÍGENA - NOTA DE REIVINDICAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS DE ALAGOAS

Nós Povos Indígenas, Jeripankó, Kalankó, Karuazu, Katokinn, Koiupanká, Tingui-Botó, Xukuru-Kariri e Wassu-Cocal do Distrito Sanitário Especial Indígena de AL/SE, ocupamos na tarde da quarta-feira, 18, o prédio da FUNASA em Maceió, Alagoas. Com o objetivo de reivindicar melhorias na saúde dos povos indígenas desse distrito:

- Rever o modelo de atenção à saúde dos Povos Indígenas, ouvindo as comunidades;

- Reforma e construção dos pólos e posto nas aldeias;

- Contratação dr motoristas;

- Garantia de medicamentos;

- Contratação de recursos humanos de acordo com as necessidades de cada Povo;

- Garantia de transporte para atender as demandas em trânsito;

- Revisão do convênio com a IMIP – Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueiredo;

- Garantia do atendimento efetivo de média e alta complexidade;
- Melhoria da área de saneamento básico.

Durante 11 anos de vigência, o modelo de atenção à saúde dos Povos Indígenas, não satisfez as necessidades de nossas comunidades como definido nas conferências nacionais de saúde indígena.

Mais uma vez se comprova que não se tem o quer comemorar em mais um 19 de abril.

Assinam os povos Indígenas de Alagoas:

Maceió-AL, 19 de abril de 2012.

Jeripankó, Kalankó, Karuazu, Katokinn, Koiupanká, Tingui-Botó, Xukuru-Kariri e Wassu-Cocal.

De: CIMI

UM TRIBUTO À RESITÊNCIA - II GUERRA MUNDIAL


Germaine Sablon - Le chant des partisans [video 1963]

Não importa a data ou o tempo em si, pois o que realmente deve prevalecer é o espírito de liberdade e respeito ao ser humano!!!

Este é o nosso tributo aos que morreram lutando na II Guerra Mundial e um sinal de alerta aos vândalos de plantões.

Tentem a sorte, que o azar é certo !!!


LE CHANT DES PARTISANS
Germaine Sablon

Ami, entends-tu le vol noir des corbeaux sur nos plaines ?
Ami, entends-tu les cris sourds du pays qu'on enchaîne ?
Ohé, partisans, ouvriers et paysans, c'est l'alarme.
Ce soir l'ennemi connaîtra le prix du sang et les larmes.

Montez de la mine, descendez des collines, camarades !
Sortez de la paille les fusils, la mitraille, les grenades.
Ohé, les tueurs à la balle et au couteau, tuez vite !
Ohé, saboteur, attention à ton fardeau : dynamite...

C'est nous qui brisons les barreaux des prisons pour nos frères.
La haine à nos trousses et la faim qui nous pousse, la misère.
Il y a des pays où les gens au creux des lits font des rêves.
Ici, nous, vois-tu, nous on marche et nous on tue, nous on crève...

Ici chacun sait ce qu'il veut, ce qu'il fait quand il passe.
Ami, si tu tombes un ami sort de l'ombre à ta place.
Demain du sang noir sèchera au grand soleil sur les routes.
Chantez, compagnons, dans la nuit la Liberté nous écoute...

Ami, entends-tu ces cris sourds du pays qu'on enchaîne ?
Ami, entends-tu le vol noir des corbeaux sur nos plaines ?
Oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh oh...

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - "Peluso manipulou resultados de julgamentos", diz Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com seus interesses.. Imagem: Gil Barbosa/SCO/STF

Imagem: Gil Barbosa

JOAQUIM BARBOSA acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com seus interesses..
Dois dias depois de ser chamado de inseguro e dono de "temperamento difícil" pelo ministro Cezar Peluso, o ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa respondeu em tom duro. Em entrevista ao GLOBO, Barbosa chamou o agora ex-presidente do STF de "ridículo", "brega", "caipira", "corporativo", "desleal", "tirano" e "pequeno".

Acusou Peluso de manipular resultados de julgamentos de acordo com seus interesses, e de praticar "supreme bullying" contra ele por conta dos problemas de saúde que o levaram a se afastar para tratamento. Barbosa é relator do mensalão e assumirá em sete meses a presidência do STF, sucedendo a Ayres Britto, empossado nesta quinta-feira. Para Barbosa, Peluso não deixa legado ao STF: "As pessoas guardarão a imagem de um presidente conservador e tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade."

O GLOBO: Ao deixar o cargo, o ex-presidente do STF, ministro Cezar Peluso, deu entrevista na qual citou o senhor. Em um dos momentos, diz que o senhor não recusará a presidência do tribunal em circunstância alguma. É verdade?

JOAQUIM BARBOSA: Para mim, assumir a presidência do STF é uma obrigação. Tenho feito o possível e o impossível para me recuperar consistentemente e chegar bem em dezembro para assumir a presidência da Corte. Mas, para ser sincero, devo dizer que os obstáculos que tive até agora na busca desse objetivo, lamentavelmente, foram quase todos criados pelo senhor... Cezar Peluso. Foi ele quem, em 2010, quando me afastei por dois meses para tratamento intensivo em São Paulo, questionou a minha licença médica e, veja que ridículo, aventou a possibilidade de eu ser aposentado compulsoriamente. Foi ele quem, no segundo semestre do ano passado, após eu me submeter a uma cirurgia dificílima (de quadril), que me deixou vários meses sem poder andar, ignorava o fato e insistia em colocar processos meus na pauta de julgamento para forçar a minha ida ao plenário, pouco importando se a minha condição o permitia ou não.

O senhor tomou alguma providência?

BARBOSA: Um dia eu peguei os laudos descritivos dos meus problemas de saúde, assinados pelos médicos que então me assistiam, Dr. Lin Tse e Dr. Roberto Dantas, ambos de São Paulo, e os entreguei ao Peluso, abrindo mão assim do direito que tenho à confidencialidade no que diz respeito à questão de saúde. Desde então, aquilo que eu qualifiquei jocosamente com os meus assessores como “supreme bullying” vinha cessando. As fofocas sobre a minha condição de saúde desapareceram dos jornais.

Qual a opinião do senhor sobre a entrevista dada por Cezar Peluso?

BARBOSA: Eis que no penúltimo dia da sua desastrosa presidência, o senhor Peluso, numa demonstração de “désinvolture” brega, caipira, volta a expor a jornalistas detalhes constrangedores do meu problema de saúde, ainda por cima envolvendo o nome de médico de largo reconhecimento no campo da neurocirurgia que, infelizmente, não faz parte da equipe de médicos que me assistem. Meu Deus! Isto lá é postura de um presidente do Supremo Tribunal Federal?

O ministro Peluso disse na entrevista que o tribunal se apaziguou na gestão dele. O senhor concorda com essa avaliação?

BARBOSA: Peluso está equivocado. Ele não apaziguou o tribunal. Ao contrário, ele incendiou o Judiciário inteiro com a sua obsessão corporativista.

Na visão do senhor, qual o legado que o ministro Peluso deixa para o STF?

BARBOSA: Nenhum legado positivo. As pessoas guardarão na lembrança a imagem de um presidente do STF conservador, imperial, tirânico, que não hesitava em violar as normas quando se tratava de impor à força a sua vontade. Dou exemplos: Peluso inúmeras vezes manipulou ou tentou manipular resultados de julgamentos, criando falsas questões processuais simplesmente para tumultuar e não proclamar o resultado que era contrário ao seu pensamento. Lembre-se do impasse nos primeiros julgamentos da Ficha Limpa, que levou o tribunal a horas de discussões inúteis; não hesitou em votar duas vezes num mesmo caso, o que é absolutamente inconstitucional, ilegal, inaceitável (o ministro se refere ao julgamento que livrou Jader Barbalho da Lei da Ficha Limpa e garantiu a volta dele ao Senado, no qual o duplo voto de Peluso, garantido no Regimento Interno do STF, foi decisivo. Joaquim discorda desse instrumento); cometeu a barbaridade e a deslealdade de, numa curta viagem que fiz aos Estados Unidos para consulta médica, “invadir” a minha seara (eu era relator do caso), surrupiar-me o processo para poder ceder facilmente a pressões...

Quando o senhor assumir a presidência, pretende conduzir o tribunal de que forma? O senhor acha que terá problemas para lidar com a magistratura e com advogados?

BARBOSA: Nenhum problema. Tratarei todos com urbanidade, com equidade, sem preferências para A, B ou C.

O ministro Peluso também chamou o senhor de inseguro, e disse que, por conta disso, se ofenderia com qualquer coisa. Afirmou, inclusive, que o senhor tem reações violentas. O senhor concorda com essa avaliação?

BARBOSA: Ao dizer que sou inseguro, o ministro Peluso se esqueceu de notar algo muito importante. Pertencemos a mundos diferentes. O que às vezes ele pensa ser insegurança minha, na verdade é simplesmente ausência ou inapetência para conversar, por falta de assunto. Basta comparar nossos currículos, percursos de vida pessoal e profissional. Eu aposto o seguinte: Peluso nunca curtiu nem ouviu falar de The Ink Spots (grupo norte-americano de rock e blues da década de 1930/40)! Isso aí já diz tudo do mundo que existe a nos separar...

O senhor já protagonizou algumas discussões mais acaloradas em plenário, inclusive com o ministro Gilmar Mendes. Acha que isso ocorreu devido ao seu temperamento ou a outro fator?

BARBOSA: Alguns brasileiros não negros se acham no direito de tomar certas liberdades com negros. Você já percebeu que eu não permito isso, né? Foi o que aconteceu naquela ocasião.

O senhor tem medo de ser qualificado como arrogante, como o ministro Peluso disse? Tem receio de ser qualificado como alguém que foi para o STF não por méritos, mas pela cor, também conforme a declaração do ministro?

BARBOSA: Ao chegar ao STF, eu tinha uma escolaridade jurídica que pouquíssimos na história do tribunal tiveram o privilégio de ter. As pessoas racistas, em geral, fazem questão de esquecer esse detalhezinho do meu currículo. Insistem a todo momento na cor da minha pele. Peluso não seria uma exceção, não é mesmo? Aliás, permita-me relatar um episódio recente, que é bem ilustrativo da pequenez do Peluso: uma universidade francesa me convidou a participar de uma banca de doutorado em que se defenderia uma excelente tese sobre o Supremo Tribunal Federal e o seu papel na democracia brasileira. Peluso vetou que me fossem pagas diárias durante os três dias de afastamento, ao passo que me parecia evidente o interesse da Corte em se projetar internacionalmente, pois, afinal, era a sua obra que estava em discussão. Inseguro, eu?

O senhor considera que Peluso tratou seu problema de saúde de forma desrespeitosa?

BARBOSA: Sim.

O senhor sofre preconceito de cor por parte de seus colegas do STF? E por parte de outras pessoas?

BARBOSA: Tire as suas próprias conclusões. Tenho quase 40 anos de vida pública. Em todos os lugares em que trabalhei sempre houve um ou outro engraçadinho a tomar certas liberdades comigo, achando que a cor da minha pele o autorizava a tanto. Sempre a minha resposta veio na hora, dura. Mas isso não me impediu de ter centenas de amigos nos quatro cantos do mundo.

Da Agência O Globo