segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CRIANÇAS SE PROSTITUEM PARA MATAR A FOME DA FAMÍLIA

Brasil - Repressom e direitos humanos
Domingo, 05 Dezembro 2010 23:46



A Verdade - Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mais de 10 milhões de menores são agredidos sexualmente ou obrigados a se prostituir no mundo, tornando-se este, assim, o terceiro comércio mais rentável, perdendo apenas para indústria de armas e o tráfico de drogas.

Desde a década de 1990, o Brasil lidera a prostituição infantojuvenil na América Latina e ocupa o segundo lugar no mundo. Segundo uma CPI da Câmara dos Deputados, mais de 500 mil meninas de menor idade são prostituídas no País.

Na Amazônia essa realidade não é diferente. No Estado do Pará, a CPI da Prostituição, criada pela Assembleia Legislativa, registrou mais de 100 mil casos de prostituição infantil no primeiro semestre, 25 mil com notificações.

Comunidades ribeirinhas que vivem isoladas. Lugares humildes onde quase não há dinheiro, muito menos perspectiva de futuro. Suas ruas, seus rios transportam a dura realidade da pobreza e do descaso. Crianças que desde muito cedo são obrigadas a vender seu corpo por comida, roupas usadas, óleo diesel e dinheiro.

Nos rios da Amazônia é cada vez mais comum ver embarcações rodeadas de canoas, transportando crianças famintas que se prostituem para matar a fome da família.

Na Ilha do Marajó, conhecida por suas belezas naturais, crianças de 13 a 14 anos são comercializadas em pacotes turísticos. Os principais clientes são turistas e empresários que vão até a região comercializar a madeira e suas riquezas naturas.

Segundo um levantamento feito pelo governo do Pará, o crescimento da violência e da exploração sexual infantil vem aumentando drasticamente. Em apenas um ano, o número de casos cresceu mais de 80%. Uma realidade que parece invisível diante do poder público do nosso país. Exceto para estas crianças que, desde cedo, aprenderam a vender seu corpo para matar a fome da família.

Uma realidade indigna, mas cada dia mais comum nas florestas e rios amazônicos. Uma das mais perversas formas de lucro criada por esse sistema capitalista. São cicatrizes irreparáveis que essas crianças carregarão por toda a vida.

Delas roubaram tudo, até mesmo o direito de sonhar.

Por elas e por todas as injustiças cometidas no mundo é que devemos continuar trilhando o caminho para uma nova sociedade, convictos de que esse sistema já não mais oferece condições para revolver os problemas que ele mesmo criou. Uma sociedade em que verdadeiramente sejam respeitados os direitos das crianças e dos adolescentes.

Na qual eles possam colorir suas vidas com as cores que quiserem...

Serem felizes e livres como devem ser todas as crianças.

Fernanda Lopes, Belém

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