Estréia em Salvador nos dias 5 e 6 de dezembro, o documentário sobre a vida do deputado comunista e fundador da ALN- Ação Libertadora Nacional, uma das organizações de luta armada contra a ditadura, Carlos Marighella, baiano de Salvador, assassinado pela repressão, em 4 de novembro de 1969, em São Paulo.
“Carlos Marighella, quem samba fica, quem não samba vai embora”, foi gravado em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador e finalizado no Núcleo de Produção Digital (NPD) de Aracaju, Sergipe e é uma homenagem ao centenário de nascimento de Carlos Marighella (5/12/1911 – 5/12/2011), um dos principais militantes políticos da história recente brasileira.
O documentário foi realizado pelo cineasta independente Carlos Pronzato, escritor, documentarista argentino, radicado no Brasil desde 1989. Pronzato é autor de diversos filmes sobre a atual conjuntura política latino americana e outros históricos abordando personagens como Ernesto Che Guevara, Salvador Allende, as Madres de Plaza de Mayo, etc.
O documentário reúne depoimentos de militantes políticos que atuaram junto ao líder revolucionário, personalidades ligadas ao tema e pesquisadores. “A produção resgata sua memória com o testemunho daqueles que acompanharam a trajetória do Velho Mariga”, explica o cineasta.
“Entrevistei militantes e estudiosos procurando os pontos fundamentais e polêmicos do tema para chegar a esse resultado que vocês vão ver nas telas de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro”, diz Pronzato.
Entre os entrevistados, Carlinhos Marighella, Carlos Eugenio Clemente, - o último dirigente da ALN -, Aton Fon, Manoel Cyrillo, Emiliano José, Silvio Tendler, Alípio Freire, José Luis Del Roio, Raphael Martinelli, Ricardo Gebrim, Cecilia Coimbra, Muniz Ferreira, Jorge Novoa. O documentário tem 1h30.
Trajetória de Marighella
Nascido em 5 de dezembro em Salvador-BA, filho de uma negra de origem haussá e de um imigrante italiano anarquista, Marighella entrou para a vida política aos dezoito anos de idade. Aos 21 anos foi preso pela primeira vez – primeira de muitas que enfrentaria em toda sua vida – por escrever um poema com críticas ao interventor Juracy Magalhães. Na clandestinidade, após o golpe civil-militar de 1964, Marighella é identificado por policiais do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) num cinema no Rio de Janeiro, é ferido e preso mais uma vez.
Em 1967, sai do PCB, e em 1968, acreditando que a luta armada é a única alternativa que resta no combate à ditadura, Marighella, funda em fevereiro, a Ação Libertadora Nacional (ALN). Em setembro de 1969, a ALN participa do sequestro do embaixador norte-americano Charles Elbrick, em conjunto com o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). A ação visava a libertação de militantes políticos presos pelo regime militar.
Em 4 de novembro de 1969, Marighella é alvo de uma emboscada comandada pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury. Às 20 horas, na Alameda Casa Branca, tombava um dos maiores personagens da luta política no Brasil.
Apoio Cultural
O documentário será exibido na Sala de Cinema da UFBA, no dia 5 de dezembro, às 10h, e na Câmara Municipal de Salvador, no dia 6, às 19h. “A ASSUFBA Sindicato está dando o apoio cultural a esse documentário por entender que uma trajetória política atuante, como a de Marighella, esse líder revolucionário, precisa de todo o incentivo para a divulgação. É um trabalho independente que merece nossos aplausos”, salienta o coordenador geral da ASSUFBA, Renato Jorge Pinto.
28/11/2011 - ASCOM ASSUFBA Sindicato
De: Pátria Latina
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