segunda-feira, 24 de outubro de 2016

AS FACES DISFARÇADAS DE UMA DITADURA GOLPISTA


Aos poucos o país vai se dando conta do quanto é preciso pagar o chamado "PATO", para quitar a dívida do impeachment com a elite brasileira.

Vemos a todos os instantes cortes somente na base da pirâmide social, aos ricos e poderosos nenhuma intenção de elevar taxas ou impostos sobre grandes riquezas.

Nossa sociedade passa por momentos conflitantes, vez que tudo está em jogo. Jogo este somente pelo Poder. Tanto é verdade que constatamos a grande massa evangélica se arvorando na política eleitoreira. Hoje a mistura é muito grande assim como dezenas de partidos políticos sem qualquer identidade ideológica.

Tudo isto deixa o caminho aberto para os comandos daqueles que, organizados mandam na nação.

Agora em especial trataremos da exoneração "a pedido" de uma coordenadora do IPEA que, ao analisar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, de maneira diferente de como trabalham e propõem os representantes do governo golpista, foi alvo certo da mira dos irados.

De baixo de enorme mal-estar, urgentemente veio o IPEA contrariar a análise de seu corpo técnico se colocando a favor da proposta e dos interesses do governo.

Veja abaixo como tudo aconteceu:


Alvo de críticas internas, autora de artigo contra PEC dos gastos deixa Ipea


Coautora de um artigo crítico publicado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre o projeto do governo que altera a Constituição para limitar gastos públicos pelos próximos 20 anos, a pesquisadora Fabiola Sulpino Vieira pediu exoneração do cargo de coordenadora da área de saúde da instituição.
A informação foi confirmada pelo Ipea à BBC Brasil nesta quinta-feira, dois dias após o presidente do instituto, Ernesto Lozardo, enviar nota pública contestando a posição da pesquisadora e declarando apoio do instituto à PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 241 - apresentada como principal projeto do governo Temer contra a crise econômica.
O gesto foi visto com surpresa por parte dos servidores da instituição, que classificaram a exoneração como fruto de "pressão interna" e "intimidação" - o instituto nega e ressalta que o pedido partiu da ex-coordenadora.
A nota técnica que foi alvo da controvérsia, publicada em setembro e assinada por Vieira com o pesquisador Rodrigo Benevides, aponta que a proposta aprovada pela Câmara dos Deputados na última segunda-feira pode resultar em perdas de até R$ 743 bilhões para a saúde.
Para os autores, a PEC parte do "pressuposto equivocado de que os recursos públicos para a saúde já estão em níveis adequados" e "impactará negativamente o financiamento e a garantia do direito à saúde no Brasil".
Em resposta, a presidência do Ipea afirmou que as conclusões são de "inteira responsabilidade dos autores" e classifica parte da nota como "irrealista e desconectada", enumerando dez pontos críticos ao trabalho técnico.
"A posição institucional do Ipea é favorável à PEC 241, por entender que ela possibilitará o equilíbrio das contas federais e um novo círculo virtuoso de crescimento", finaliza o texto assinado por Lozardo, que assumiu a instituição após o afastamento de Dilma Rousseff, em junho, e tem relação próxima ao presidente Michel Temer.

Bastidores

A reportagem apurou que Vieira, especialista em políticas públicas e gestão governamental, foi chamada pessoalmente por Lozardo para dar explicações sobre o artigo. O pedido de afastamento aconteceu no dia em que a contestação foi publicada pela presidência.
"Fabíola Vieira não faz parte dos quadros do Ipea", segundo a instituição. O órgão afirmou à BBC Brasil que Vieira "pediu, por sua iniciativa, exoneração do cargo de coordenação que ocupava no Ipea, na última terça-feira, em caráter irrevogável". "Em virtude do caráter do pedido, a administração do Ipea deu encaminhamento à exoneração, como é praxe em qualquer caso semelhante."
Pessoas próximas afirmam que a pesquisadora prefere não comentar o caso - a reportagem não conseguiu contato com ela nos últimos dois dias.
Outros pesquisadores e coordenadores de diferentes diretorias do instituto, no entanto, foram entrevistados sob condição de anonimato. Eles afirmam que a contestação pública do artigo causou "constrangimento" aos pesquisadores porque "fere a liberdade e a pluralidade de visões" da instituição.
"Este não foi um artigo que saiu da cabeça dos pesquisadores e foi publicado. Notas técnicas são fruto de um processo demorado que envolve diversas conversas e aprovações", disse outro funcionário. "O texto passou pelo crivo de vários diretores e teve a publicação aprovada. Ele (Lozardo) resolveu desautorizar algo que ja havia sido autorizado."
A contestação pública do presidente ao artigo da ex-coordenadora foi classificada como "sem precedentes" por alguns servidores. Questionado, o Ipea não respondeu se episódios similares já aconteceram antes e afirmou que "não houve desmentido", porque o texto da nota continua "acessível no portal Ipea junto a todos os estudos que já foram produzidos pelo instituto".
"A nota da Presidência do Ipea deixa claro que as conclusões são de inteira responsabilidade dos dois autores e destaca que a direção do Ipea diverge das conclusões da nota técnica, porque o texto desconsidera diversas variáveis cruciais para se projetar ganhos ou perdas de recursos para a área de saúde até 2036, a partir da PEC 241", afirmou a instituição.

Ética X Censura

A polarização nos corredores do Ipea se intensificou pela discussão interna de um novo Código de Ética para a instituição, ligada ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.
O ponto que mais gera polêmica entre servidores é uma proposta incluída pela gestão atual, que limita pesquisadores a comentarem apenas assuntos e relacionados a suas diretorias. O item foi visto como "censura prévia" que abriria precedentes para "retaliações" a artigos críticos ao governo.

Ernesto LozardoImage copyrightIPEA
Image captionPresidente do Ipea, Ernesto Lozardo contestou publicamente artigo assinado por servidora do instituto

O Ipea disse à reportagem que não comentaria as críticas sobre o conteúdo da minuta e afirmou que a revisão do código "começou a ser discutida em 2013, diante da constatação de que o código em vigor (...) não tratava de questões como conflito de interesse e a ética na pesquisa".
Segundo o instituto, um texto-base texto foi apresentado à nova diretoria, "que recomendou um amplo debate interno e manifestação de todos os servidores do Ipea sobre a proposta de código de ética". "Este é o estágio atual", informou.
O prazo para manifestações de pesquisadores sobre o texto se encerra em 31 de outubro - depois disso, um novo texto será enviado para "análise da área jurídica para publicação do novo Código de Ética em dezembro".

Votação

A polêmica PEC 241 foi aprovada em primeira votação na Câmara dos Deputados na segunda-feira, por 366 votos, 11 contra e duas abstenções. Estabelece um teto para o crescimento das despesas e gera discussão por congelar os gastos durante 20 anos (atualizados pela inflação) e alterar o financiamento da saúde e da educação no Brasil.
Dessa forma, a despesa permitida para um ano será a do ano anterior mais a porcentagem que a inflação desvalorizou da moeda. Caso o teto não seja cumprido, há oito sanções que podem ser aplicadas ao governo, inclusive a proibição de aumento real para o salário mínimo.
De um lado, a PEC é considerada necessária para reduzir a dívida pública do país - que está em 70% do PIB (soma das riquezas produzidas) - e tirá-lo da crise fiscal. Do outro, é vista como muito rígida e criticada por, em tese, ameaçar direitos sociais.
Haverá uma nova votação prevista para o fim deste mês e só depois o projeto deverá seguir para avaliação no Senado.




CARLOS LAMARCA - SERÁ QUE HOJE ELE AINDA DARIA A SUA VIDA ?


CARLOS LAMARCA - SERÁ QUE HOJE ELE AINDA DARIA A SUA VIDA POR TUDO ISTO QUE ESTAMOS VIVENDO NO BRASIL ? 

TROCOU A VIDA POR UMA IDEOLOGIA (SERÁ QUE FOI SÓ ISSO!?)

CONTINUO ME PERGUNTANDO:
E SE VIVO AINDA FOSSE, O QUE SENTIRIA A RESPEITO DOS GOVERNOS DITOS POPULARES ?
SERÁ QUE MANTERIA O ESPÍRITO DE LUTA POR UM BRASIL MELHOR, OU, ENOJADO, SENTIRIA SAUDADES DOS GOVERNOS MILITARES, POIS PELO MENOS ESTARIA LUTANDO CONTRA ADVERSÁRIOS VERDADEIROS E NÃO CONTRA CUMPANHEIROS OU EX-CUMPANHEIROS "PSEUDOS" REVOLUCIONÁRIOS E AUTÊNTICOS OPORTUNISTAS.
NÃO ESTOU AQUI JULGANDO SUAS INTENÇÕES OU ATITUDES, MAS APENAS RESSALTANDO A FORMA CAPITAL (MORTE)  COM QUE PAGOU SUAS IDEIAS E LUTAS, DIFERENTE DAQUELES QUE HOJE CIRCUNDAM BRASÍLIA E QUE ONTEM ESTAVAM COM ELE OU ACOMPANHAVAM SEUS IDEAIS. DESSE MODO, QUERO DESTACAR PARA QUE NUNCA SEJA ESQUECIDO QUE, BRASILEIROS FORAM À LUTA E MORRERAM POR SEUS IDEAIS, ENQUANTO A NOSSA ELITE TENTAVA PROTEGER SEUS LUCROS PAGANDO A TERCEIROS QUE FIZESSEM O TRABALHO SUJO DE ELIMINAR SEUS OPOSITORES.
QUERO REGISTRAR TAMBÉM QUE ESTAS PALAVRAS NÃO SÃO DIRIGIDAS AOS GUERREIROS QUE LUTARAM, MORRERAM OU AINDA VIVEM POR AÍ, SÓ QUE ESQUECIDOS OU DOLOSAMENTE AFASTADOS DO CONVÍVIO PRESIDENCIAL, DOS ARES DA CÂMARA OU SENADO, JUSTAMENTE POR NÃO ACEITAREM TAIS COMPORTAMENTOS DEPLORÁVEIS DESTES NOSSOS POLÍTICOS, OUTRORA "REVOLUCIONÁRIOS".
A ESSES GUERREIROS ESTENDO MINHAS HOMENAGENS E MEU RESPEITO. 
AOS OUTROS, ENGANADORES E OPORTUNISTAS ...
NÃO MERECEM PALAVRAS E SIM FUZILAMENTO !!!

DO FILME - LAMARCA 1994




Depois de caminhar por mais de 300 quilômetros, o guerrilheiro Carlos Lamarca foi assassinado em 17 de setembro de 1971 por agentes da ditadura militar no sertão baiano. No comando da patrulha que assassinou Lamarca, estava o major Nilton Cerqueira, que, anos mais tarde foi eleito deputado federal e trabalhou como secretário de Segurança do Rio de Janeiro.
Um dos comandantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e militante do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), Lamarca foi um dos símbolos da resistência ao regime militar e morreu antes de completar 34 anos.
Baseado no livro Lamarca, o Capitão da Guerrilha, publicado em 1980 pelos jornalistas Emiliano José e Oldack Miranda, o filme do diretor Sérgio Resende conta a história do guerrilheiro, interpretado por Paulo Betti.
Ironicamente, no filme de Resende, Cerqueira é vivido pelo ator Zé de Abreu, conhecido pela defesa implacável de suas posições de esquerda. Resende abordou outra história dos anos de chumbo no filme Zuzu Angel, de 2006.
Carlos Lamarca foi o terceiro entre os seis filhos de Antônio e Gertrudes Lamarca, uma família modesta da zona norte carioca. Formou-se, em 1960, pela Escola Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ), obtendo a patente de Capitão em 1967.
Mas foi em São Paulo, no quartel de Quitaúna, para onde pediu transferência em 1965, que Lamarca, fez sua opção revolucionária. Na época, Lamarca acompanhava com grande interesse o grupo de ex-sargentos que, inicialmente vinculado ao Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), uniu-se a um setor dissidente da Política Operária (POLOP) e deu origem à Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Já como membro da VPR, Lamarca realizou uma ação de expropriação no quartel de Quitaúna em 24 de janeiro de 1969 em que levou 63 fuzis, metralhadoras e muita munição. Sua ideia era seguir imediatamente para uma região onde pudesse preparar a guerrilha, o que o obrigou, de imediato, a separar-se da mulher e dos filhos, enviados para Cuba, via Itália, no mesmo dia de sua deserção.
Em abril de 1971, em discordância com a VPR, ingressou no Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). No mês de junho, Lamarca foi para o sertão da Bahia, no município de Brotas de Macaúbas, com a finalidade de estabelecer uma base da organização no interior.
Com a prisão em Salvador, em agosto, de um militante que conhecia seu paradeiro e a localização de um aparelho onde se encontrava sua companheira, a psicóloga paulista Iara Iavelberg (que também foi namorada do ex-deputado José Dirceu), os órgãos de segurança iniciaram o cerco à região.
A namorada de Lamarca, Iara, foi assassinada por agentes do governo em um apartamento no bairro da Pituba, em Salvador, no dia 20 de agosto de 1971. O regime militar sempre sustentou que ela cometeu suicídio após o cerco policial, o que foi desmentido pelas investigações posteriores. Hoje há provas suficientes de que foi mais uma mentira do governo da época.
Um tiroteio travado entre a polícia e os irmãos de José Campos Barreto, o Zequinha, que acompanhava Lamarca, obrigou-os a iniciar uma longa e penosa rota de fuga, de 28 de agosto a 17 de setembro. Ao descansarem à sombra de uma baraúna, foram surpreendidos pela repressão. Lamarca estava desnutrido, asmático e provavelmente com a doença de Chagas.
 fontes:  revista Istoé e Grupo Tortura Nunca Mais – RJ.